sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

#DESTAQUESDE2016 // #01 :: TOP20 NEWS



Amigos, a partir de hoje, o blog #PorDentroDasNotícias inicia uma série especial sobre os principais fatos e imagens de 2016 selecionados por mim. Mas esse ano vou fazer diferente. Em vez de selecionar assuntos divididos por mês a mês, resolvi fazer a divisão por temas e serão em seis partes. E na primeira parte de hoje, vamos aos principais fatos que marcaram o ano no noticiário nacional, internacional e no mundo da economia, entre outros.

#01 :: VERÃO 'FEDORENTO' EM CANASVIEIRAS
Começamos com um fato que aconteceu em Florianópolis no início deste ano. Na praia de Canasvieiras, uma poluição de um rio prejudicou os veranistas e os moradores da região durante a Alta Temporada. Tudo começou em 31 de dezembro do ano passado, quando a estação elevatória da Companhia Catarinense de Água e Saneamento no local ficou desligada por duas horas por falta de luz. Com isso, todo o esgoto foi despejado diretamente no rio, e consequentemente, os dejetos foram parar no mar. A poluição do Rio do Braz virou destaque na imprensa local que as autoridades do município fizeram ações emergenciais para tentar conter o esgoto que desembocou diretamente na área e fez com que todos os oito pontos da praia fossem taxados como impróprios para banho, segundo um relatório da balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente. No dia 12 de janeiro, a Prefeitura fez a recomposição da faixa de areia no local onde o Rio do Braz deságua no mar de Canasvieiras. Mas três dias depois, no dia 15, as chuvas desmancharam a faixa de areia e a água poluída no rio voltou a cair no mar. Durante o período veraneio, os banhistas usaram máscaras para proteger do mau cheiro. Enquanto isso, os moradores protestaram pedindo melhorias no saneamento do Norte da Ilha de Santa Catarina.

Em 5 de fevereiro, um laudo pericial aponta a CASAN como uma das principais responsáveis pela poluição no rio do Braz. A procuradora Analucia Hartmann, autora da Ação Civíl Publica - movida pelo Ministério Público Federal, respondeu que o resultado "corrobora com o posicionamento do MPF" desde o começo da ação, em 2014. Engenheiros da Casan contestaram alguns apontamentos do documento. Em 7 de abril, a prefeitura da capital catarinense lacrou pelo menos 44 imóveis na região Norte da Ilha. Em maio de 2016, a Justiça Federal obrigou a Casan a tomar medidas urgentes e eficazes para evitar o extravasamento de esgoto no Rio do Braz, que afeta a praia de Canasvieiras e os rios no entorno da Estação de Tratamento de Esgoto do norte da Ilha. A Companhia elétrica recorreu, mas em 22 junho, a Justiça rejeitou.

O caso voltou a ser destaque no segundo semestre. Em 13 de setembro, a Prefeitura recompositou de novo a faixa de areia que separa a foz do rio do Braz do mar. Mas em 26 de outubro, a barreira foi, novamente, rompida. Com isso, a água do mar voltou a ficar com coloração escura e cheiro forte de esgoto. Parece uma novela, né?! E olha que vem mais um período veraneio à vista e até agora, a situação não mudou por lá. Tomara que a nova gestão do município tome providências pra solucionar o problema. Afinal, do jeito que está, não pode ficar...

#02 :: CONTRASTES DO CLIMA: VERÃO CHUVOSO NO BRASIL E FRIO NOS EUA
2016 está sendo marcado por contrastes do clima. No início do ano, choveu muito, mas muito por aqui no Litoral da Paraíba que teve um verão chuvoso - muita chuva e pouco sol. Na última semana de janeiro, estava na Praia de Pitimbu com os meus amigos e fiquei surpreso com a forte chuva que teve raios e trovões. Além disso, teve ventania e até granizo, o que causou quedas de árvores e alagamentos nas regiões de João Pessoa e na regiçao do Brejo e Agreste do Estado. Segundo o meteorologia Alexandre Magno, da AESA, os ventos do Litoral de Pernambuco adentraram na Paraíba e foram ocasionadas por nuvens de chuva de grandes intensidades que se formaram muito rápido. Na Região Metropolitana do Recife, as decorações do Carnaval foram destruídas e uma pequena parte da arquibancada do Estádio do Arruda caiu. Em São Paulo, as chuvas de verão causou transtornos, como sempre. Mas teve frio fora de época - e em pleno verão. Em 17 de janeiro, os termômetros no Mirante de Santana, na Zona Norte da Capital paulista, marcaram 15,2°C. A redução de temperatura no verão não é tão comum e acontece mais em anos chuvosos, como foi em 2012. A média de temperatura em janeiro de 2012 foi de 16,9°C em toda a cidade. O primeiro dia daquele ano registrou 12,8°C, de acordo com informações do Centro de Gerenciamento de Emergências. Enquanto isso, no hemisfério norte, uma forte nevasca causou transtornos no Nordeste dos Estados Unidos. A histórica tempestade cobriu de neve o leste do país nos dias 22 e 23 de janeiro, paralisando cidades como New York City e Washington D.C. e afetando 85 milhões de pessoas, o que equivale a 25% da população do país. 28 pessoas morreram e mais de 7,5 mil voos foram cancelados.

#03 :: CONTRASTES DO CLIMA: O FURACÃO MATTHEW
Mas o principal destaque foi o Furacão 'Matthew' que causou transtornos na região do Caribe no início de Outubro. No Haiti, a tempestade de categoria quatro, numa escala que vai até cinco, atingiu o país às vésperas das eleições presidenciais. Em algumas localidades, 90% das casas foram destruídas. Estavam em abrigos 61 mil haitianos, especialmente nos vilarejos próximos à costa, varridos pela força do furacão que, no dia 4, atingiu o país com ventos superiores a 230 quilômetros por hora. O município mais afetado do Haiti foi o de Roche-à-Bateau, no sul do país, onde a poderosa tempestade matou 50 pessoas, segundo o deputado do departamento do sul, Ostin Pierre-Louis. O fenômeno atingiu o leste de Cuba como um furacão de categoria 4, com ventos de até 220 km/h. Passou por Bahamas e chegou aos Estados Unidos, onde os estados mais afetados foram Flórida, Carolina do Sul e do Norte e Geórgia. Um estudo publicado pelo banco Goldman Sachs aponta que os danos provocados pelo furacão Matthew nos Estados Unidos custarão aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões), transformando no vigésimo segundo furacão mais devastador da história do país desde a Segunda Guerra Mundial no que se refere a destruição de edifícios e propriedades. Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o furacão foi 'extremamente perigoso'.

#04 :: 2016: O ANO MAIS QUENTE NO PLANETA
O ano nem acabou e para os cientistas da Organização Meteorológica Mundial - agência das Nações Unidas, esse será considerado o mais quente já registrado no planeta. Para eles - durante a Conferência do Clima em Marrakesh (Marrocos), o mundo estaria 1,2 °C mais quente do que quando surgiram as indústrias. Um dos motivos foi o fenômeno El Niño - ciclo que esquenta naturalmente o Oceano Pacífico. Só que o fator mais importante ainda são os gases do efeito estufa, que ganham os céus, sobretudo, pela queima de carvão e petróleo. Pelo terceiro ano seguido, as emissões aumentaram menos do que na década anterior. Um progresso ainda insuficiente pra impedir que o planeta aqueça mais do que dois graus Celsius, que para os cientistas, um nível catastrófico. A situação só melhorou por causa dos dois maiores poluidores. A China viu as emissões caírem em 2015, com redução de 0,7%. Os Estados Unidos, mais ainda, com -2,6%. O otimismo veio também com o acordo assinado em novembro em 2015. O Acordo de Paris entrou em vigor em 4 de novembro e foi assinado por 195 países na conferência do clima na capital da França. Um dos objetivos é manter o aumento da temperatura global em, no máximo, 2 graus Celsius. Para alcançar essa meta, a emissão de gases de efeito estufa precisa ser drasticamente reduzida. Cada país prometeu estabelecer limites nacionais. E o acordo impõe obrigações para garantir que os compromissos sejam honrados. Mas a escolha do novo presidente americano acendeu todos os alertas diplomáticos - isso vou contar mais à frente. Para o Brasil, os ambientalistas esperam o contrário. O décimo maior poluidor tinha apresentado metas ambiciosas de corte de emissões. Mas o Congresso aprovou em outubro um projeto de incentivos à indústria do carvão. O governo prometeu se mexer e vetar essa medida.

#05 :: A TERRA TREMEU EM EQUADOR, ITÁLIA E TRÊS PAÍSES DA ÁSIA
A terra tremeu em 2016. No Equador, um tremor de magnitude 7,8 da Escala Richter foi registrado na costa do Equador, em uma região próxima à cidade de Muisne, no noroeste do país, no dia 16 de abril. Segundo as autoridades de gestão de emergência em um boletim, foi o pior em quase sete décadas e deixou 602 mortos, 12.492 feridos e 130 desaparecidos, além de decretar estado de emergência em seis províncias. Uma semana depois, em 22 de abril, um tremor voltou a acontecer na costa do país, só que foi um pouco mais distante, a cerca de 26 quilômetros da cidade de Muisne, a uma profundidade de 10 quilômetros. O Instituto Geofísico do Equador afirmou, em seu relatório mais recente, que ocorreram até 11 de julho, 2.134 tremores secundários do terremoto de abril. Houve casos de tremores em Maio, de magnitude 6,7 e 6,8 que causou a morte de uma pessoa e danos de menor gravidade, e em julho, de magnitude 6,4.

Na Itália, a terra tremeu em agosto e em outubro. Em 24 de agosto, um tremor de magnitude 6,2 deixou mais de 250 mortos. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o impacto foi maior perto de Perugia, região localizada a menos de 200 km de Roma. Os municípios de Amatrice, de 2 mil habitantes; Accumoli, de 700 habitantes; e Norcia, de 4 mil habitantes, sofreram os maiores danos. Em 26 de outubro, houve três ocorrências de tremores num intervalo de até quatro horas. As magnitudes foram de 5,5, 6,0 e 4,9. Em 30 de outubro, outro caso de tremor de magnitude 6,6, que assustou os moradores e centenas de pessoas ficaram feridas. Em ambos os casos, causaram o colapso de construções e igrejas históricas em pequenas cidades e vilarejos atingidos por tremores nos últimos dias. E na Nova Zelândia, houve uma caso de terremoto em 13 de novembro. O abalo de magnitude 7,8 ocorreu a 53 quilômetros da cidade de Amberley e foi sentido em boa parte do país e gerou alerta de tsunami, que foi descartado pela Defesa Civil neozelandesa.

No Japão, um tremor de magnitude 7,4 sacudiu o leste do país. O abalo, que foi sentido em terra, aconteceu a poucos quilômetros da costa leste da Ilha de Honshu, a principal do Japão, no amanhecer do dia 22. O epicentro, localizado a 67 km da localidade de Iwaki, tem profundidade de cerca de 30 km. Houve alerta de tsunami para a região de Fukushima, local onde em março de 2011, um terremoto de 9,0 graus de magnitude provocou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil pessoas mortas ou desaparecidas, e derretendo três reatores da usina nuclear de Fukushima, o que provocou a liberação de uma grande quantidade de material radioativo. A maior onda registrada neste tremor foi de 1,40 metro. Os moradores do Nordeste do país buscaram abrigo. O alerta de tsunami foi suspenso horas depois e os moradores puderam voltar para casa com segurança. E em 7 de dezembro, um tremor de magnitude 6,5 atingiu a província de Aceh, norte da ilha de Sumatra, na Indonésia. Cerca de 90 pessoas morreram. A região é a mesma onde há doze anos, o terremoto submarino e tsunami deixaram mais de 170 mil mortos em 2004.

#06 :: 'GUERRA MUNDIAL Z'
O mosquito Aedes Aegypti também virou destaque em 2016. Só neste ano, foram registrados 200.465 casos prováveis de zika e 236.287 de chikungunya, informou os dados do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em 26 de outubro e se referem aos casos notificados até o dia 17 de setembro, que incluem também os casos prováveis de dengue que chegaram a 1.438.624. Para se ter uma ideia da situação, em 2015, ano de recorde histórico de dengue, foram registrados 1,6 milhão de casos ao longo do ano inteiro. Em 2016, só até meados de setembro, já foram mais de 1,4 milhão de ocorrências. Entre os casos de microcefalia - doença causada pelo vírus da zika, o Brasil registrou durante doze meses 2.033 casos confirmados da malformação, segundo o Ministério da Saúde e se referem aos dados contabilizados até dia 8 de outubro. Neste mesmo período, 486 mortes são suspeitas e podem ter ligação com a infecção por zika e a microcefalia. Dentre esses registros, 170 óbitos tiveram confirmação de que foram causados pela malformação e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 96 foram descartados. O estado de Pernambuco ainda é o mais afetado, com 389 registros confirmados, seguido pela Bahia (319) e Paraíba (181). Os casos de microcefalia virou destaque internacional, como jornal norte-americano 'Los Angeles Times', em 21 de abril. Enquanto isso, foi desenvolvida a primeira vacina contra a dengue, que foi desenvolvida por um laboratório francês e aprovada pela Anvisa em dezembro do ano passado. Mas só nem 25 de julho, com o preço determinado - entre R$ 132 e R$ 138, dependendo do estado, é que ela foi liberada para aplicação no país. A vacina é indicada para pessoas de 9 a 45 anos. Inicialmente, a vacina pode ser comprada por hospitais e clínicas particulares. O Governo Federal disse que ainda não há previsão de aplicação da vacina da dengue pelo SUS. Enquanto isso, segue aquelas regras que todo mundo conhece: não deixar a água parada.

#07 :: DESASTRES AÉREOS
Teve casos de acidentes aéreos em 2016. Em 18 de março, um Boeing da companhia aérea Flydubai, com 62 pessoas a bordo, caiu e pegou fogo quando tentava pousar no aeroporto de Rostov-on-Don, no sul da Rússia. No Boeing 738 havia 55 passageiros - 18 homens, 33 mulheres e quatro crianças - e sete tripulantes, que morreram na hora quando a aeronave se chocou violentamente contra o solo por volta das 3h40 locais (21h40, em Brasília) a cerca de 250 metros da pista de aterrissagem, segundo as autoridades aeroportuárias. O Ministério para Situações de Emergência russo russo informou que ninguém sobreviveu. Em 19 de maio, o voo MS804 da EgyptAir, que ia de Paris ao Cairo, caiu e desapareceu. A aeronave modelo Airbus A320 transportava 56 passageiros e 10 tripulantes. Nenhum brasileiro estava no voo. A agência EFE especulou que a aeronave teria sido sequestrada, e, depois, disse que piloto teria emitido um pedido de socorro. A Reuters estimou que o mais provável é o avião ter caído no mar. Já a France Presse chegou a afirmar que o voo MS804 caiu perto da ilha grega de Karpatos, ao sudeste do Mar Egeu, quando sobrevoava o espaço aéreo egípcio. No dia seguinte, o ministro da Defesa da Grécia confirmou que destroços pertences do voo 804 da EgyptAir e até pedaços de corpos de passageiros foram encontrados no Mar Mediterrâneo. A companhia Egyptair chegou a anunciar que destroços foram encontrados perto da ilha Cárpatos, na Grécia. Uma autoridade grega, no entanto, disse que os elementos achados não eram parte de avião. Em 24 de outubro, um avião de pequeno porte caiu no aeroporto internacional de Malta. Cinco franceses morreram. De acordo com a Associated Press, a aeronave partia para um sobrevoo sobre a costa da Líbia para monitorar rotas de tráfico de migrantes, a pedido do governo francês. O voo iria monitorar rotas de tráfico de drogas e de migrantes. Em dia 31 de outubro, um Airbus A-321 da companhia áerea russa KogalimAvia, mais conhecida como Metrojet, caiu na península do Sinai, no Egito, e deixou 224 mortos - a maioria são russos. O voo saiu de uma cidade no litoral do Egito e seguia para São Petersburgo, na Rússia. Cerca de 150 corpos foram encontrados em um raio de 5km. E em 7 de dezembro, um avião da companhia Pakistan International Airlines caiu após decolar da região de Chitral, no norte do Paquistão. A aeronave viajava de Chitral a Islamabad com 48 pessoas a bordo - 42 passageiros, 5 tripulantes e um engenheiro. Aqui no Brasil teve acidente aéreo. Em 29 de maio, uma aeronave caiu às margens da rodovia GO-139 em Corumbaíba, cidade localizada no interior do estado de Goiás, a 150Km de Goiânia. Um piloto e três pessoas da mesma família morreram. E em 7 de dezembro, um avião de pequeno porte caiu numa floresta em Manaus. Seis pessoas que estavam a bordo morreram no local.

#08 :: A TRAGÉDIA NO FUTEBOL
Mas nenhum acidente aéreo pareceu mais trágico do que aconteceu na Colômbia. Na madrugada de 29 de novembro, um avião que levava a delegação da Associação Chapecoense de Futebol caiu a poucos quilômetros da cidade de Medellín. Foi por volta das 21h55 - horário local (00h55 - horário brasileiro de verão). Antes, no dia 28, a delegação da Chapecoense pretendia seguir do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para Medellín num voo fretado da empresa LaMia, que opera a partir da Bolívia. Mas a Agência Nacional de Aviação Civil vetou o fretamento e informou que o acordo com a Bolívia não prevê voos como o solicitado pela Chapecoense. A direção do clube, então, mudou os planos. Faria a viagem em duas etapas. O grupo seguiu num voo comercial da empresa boliviana BoA até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde chegou às 19h12 - horário de Brasília. Por lá, trocou de aeronave e pegou o avião da LaMia, que já esperava pela delegação em Santa Cruz. O avião da LaMia decolou de Santa Cruz de la Sierra em direção a Medellín. Segundo a imprensa colombiana, por volta de meia-noite e meia, entre os municípios de La Ceja e La Unión, o piloto declarou situação de emergência e avisou a torre de controle que ao avião estava com uma pane elétrica. Autoridades colombianas informaram que o piloto pediu e recebeu prioridade para aterrissar no aeroporto José Maria Córdoba, o principal de Medellín.

Nas primeiras horas, a imprensa da Colômbia chegou a informar que o piloto teria despejado combustível do avião e tentado fazer um pouso de emergência. Na sequência, o avião perdeu contato com a torre de controle. O avião caiu numa área conhecida como cerro El Gordo, uma região montanhosa - e de difícil acesso - a cerca de 30 quilômetros do aeroporto. Durante a madrugada, a imprensa brasileira e colombiana começou a acompanhar os fatos, como a TV Globo, que por volta das quatro e dez da manhã, a emissora (que soltou várias ocorrências de plantões este ano) interrompeu a programação para anunciar o acidente. Amanheceu e as buscas continuaram. Das 81 pessoas que estavam a bordo, 71 pessoas morreram e outras 6 sobreviveram. O goleiro Danilo, chegou a ser socorrido no local do acidente, mas ao chegar no hospital, faleceu.

A aeronave era um Avro RJ85, de fabricação britânica, muito usado para voos regionais nas décadas de 1980 e 1990 e que deixou de ser produzido em 2002. Tinha 17 anos e 8 meses de uso. As duas caixas-pretas da aeronave foram encontradas. As autoridades britânicas anunciaram o envio à Colômbia de três investigadores para analisar a cena do acidente – o avião da companhia boliviana LaMia foi fabricado pela British Aerospace. Horas antes do acidente, uma conversa entre o comandante do avião da LaMia com a torre do aeroporto de Medellín reforça a suspeita de que a falta de combustível foi a causa do acidente com o time da Chapecoense. Em uma entrevista ao site de notícias El Deber, da Bolívia, o filho do copiloto Ovar Goytia diz que avião não reabasteceu devido a atraso e afirmou que a empresa sabia que o avião com a delegação da Chapecoense pousaria no aeroporto de Medellín com a quantidade exata de combustível.

Além dos 22 jogadores, 14 integrantes da comissão técnica e 9 dirigentes da Chapecoense, 21 profissionais da imprensa estavam entre as vítimas que morreram no trágico acidente. Seis profissionais do canal pago FOX Sports, cinco do grupo RBS de Santa Catarina - que pertence ao Grupo NC vendida em março deste ano, três da Globo e sete radialistas das rádios de Chapecó. Dentre elas, destaco duas. O repórter da TV Globo, Guilherme Marques, que quase três semanas antes, esteve aqui em João Pessoa para cobrir os Jogos Escolares da Juventude, na fase dos 15 e 17 anos. E o narrador Deva Pascovicci (ou Devair Paschoalon), que recentemente era um dos integrantes do canal pago FOX Sports depois de dez anos na Rádio CBN - o qual gostava muito das narrações dele. Antes da FOX Sports e da CBN, o 'Pavarotti da narração esportiva brasileira' (como era chamado por Paulo Massini) começou em rádios locais e passou por jornal O Globo, TV Manchete e SporTV. Ele venceu o câncer duas vezes. Na segunda partida da semi-final da Copa Sul-Americana, aos 49 minutos do segundo tempo, o narrador emocionou os torcedores e os jogadores com a defesa do goleiro Danilo.



A cidade de Chapecó, que fica na região Oeste de Santa Catarina, acordou com tristeza e perplexidade. Em alguns locais, a faixa de luto tomou conta nas lojas ou casas. A Arena Condá, o estádio da Chapecoense, virou um ponto de encontro entre torcedores e parentes das vítimas. A movimentação foi muito grande durante todo o dia. No entardecer, depois da caminhada que percorreu nas ruas da cidade, teve um abraço coletivo dentro do gramado. A prefeitura decretou trinta dias de luto oficial e suspenderam as atividades de fim de ano. A CBF suspendeu os jogos da última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro e da segunda partida da final da Copa do Brasil e teve suas datas remarcadas.

Fora de Chapecó, houve homenagens no Brasil e no mundo. Na Europa, os jogadores do Real Madrid, Benfica e Barcelona compartilharam a tristeza pela 'Chape'. Nas partidas de futebol, como Premier League (Inglaterra), Bundesliga e na Champions League, os jogadores formaram um círculo dentro do campo e ocorreram um minuto de silêncio. A cena também se repetiu em competições fora do futebol, como as ligas de basquete NBA. Mas a principal homenagem foi em Medellín. Na noite em que os times da Chapecoense e do Atlético Nacional deveriam entrar em campo para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, o estádio Atanásio Girardot, palco da disputa que não vai aconteceu, ficou cheio. Os colombianos lotaram os 44 mil lugares disponíveis e muita gente ficou do lado de fora. Todos vestiram branco e a maioria levava flores e velas. Foi uma linda homenagem. Em Chapecó, no mesmo horário, houve mais uma homenagem na Arena Condá. O ritual dos índios da tribo Condá, que dá nome ao estádio, foi mais um gesto de amor à Chapecoense.

Os corpos das 71 vítimas do trágico acidente chegaram ao território brasileiro entre o final do dia 2 e início do dia 3. Numa manhã chuvosa e fria em Chapecó, chegaram os 50 corpos no aeroporto, que foram colocados em quatro carretas com o escudo do clube e seguiram para o cortejo que passou pelas ruas da cidade. Ao chegar da Arena Condá, a emoção tomou conta das familias e dos torcedores. No velório coletivo, houve discursos e homenagens, como o prefeito de Chapecó, que ao iniciar o discurso, vestiu uma camisa do Atlético Nacional de Medellín. A chuva torrencial tornava fez ainda mais triste o adeus, acompanhado por cerca de 20 mil pessoas. Enquanto isso, em Florianópolis, os familiares se despediram de profissionais da RBS. No Rio de Janeiro, foram velados os jornalistas da TV Globo. E os funcionários do canal FOX Sports foram velados em São Paulo e no Rio. Os corpos das vítimas do trágico acidente foram enterrados ou cremados em suas cidades de origem.

Fundado em 10 de maio de 1973, a Chapecoense vive o melhor momento no atual futebol brasileiro. Durante quase quatro décadas e meia, o time foi campeão catarinense cinco vezes - a última foi nesse ano. Entre 2009 e 2014, saiu da quarta divisão para a elite do futebol nacional. E na Série A, não saiu mais. No ano passado, estreou pela primeira vez numa competição internacional, na Copa Sul-Americana, que acabou de chegar nas quartas-de-final. Neste ano, voltou a disputar na Copa Sul-Americana e classificou para a grande final pela primeira vez - feito que nenhum outro time catarinense alcançou. Mas com o trágico acidente, as duas partidas da final não aconteceram. O Atlético Nacional sugeriu a Confederação Sul-Americana de Futebol que o título da Sul-Americana deste ano será da Chapecoense. A Conmebol atendeu e no dia 5 de dezembro, a entidade anunciou que o clube é campeão da competição deste ano. Além disso, o clube colombiano receberá o prêmio "Centenário da Conmebol ao Fair Play" e a quantia de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,4 milhões) pela atitude de ter pedido o título para a Chapecoense, que no próximo ano disputará na fase de grupos da Libertadores e na Recopa Sul-Americana. Torcemos para que o clube mais surpreendente e mais querido do atual futebol brasileiro continue GIGANTE.

O trágico acidente aéreo na Colômbia chocou o Brasil, a América do Sul e o Mundo. Mas destaco a cena que chamou a atenção no dia 2, quando a mãe do goleiro Danilo, a Dona Alaíde, consolou o repórter Guido Nunes, do SporTV, numa demonstração de respeito aos jornalistas que também morreram no acidente.



#09 :: A (POSSÍVEL) SAÍDA DO REINO UNIDO DA UNIÃO EUROPEIA
No Reino Unido, houve um plebiscito em que os ingleses decidiram se o país sairá ou não da União Europeia. A votação foi no dia 23 e o na madrugada do dia 24, saiu o resultado. 17.410.742 britânicos votaram pelo 'Leave' (em inglês, sair), outros 16.141.241 votaram pelo 'Remain' (em inglês, ficar ou permanecer). Uma diferença de 1.269.501 votos. Enquanto Inglaterra e País de Gales votaram pelo 'Leave', Irlanda do Norte e Escócia optaram pelo 'Remain'. Até a capital, London, votaram pelo 'Remain'. Um resultado que deixou o Reino Unido dividido. Um recorde de 46,5 milhões de eleitores foram convocados às urnas para responder à pergunta: "Deve o Reino Unido permanecer como membro da União Europeia ou sair da União Europeia?". A vitória da "Brexit" derrubou as Bolsas na Ásia e os mercados futuros da Europa e dos Estados Unidos antes mesmo de o resultado oficial ser divulgado. A libra esterlina, moeda do Reino Unido, despencou e chegou a atingir o menor valor frente ao dólar em 31 anos. No Japão, a Bolsa de Tóquio desabou quase 8%. O referendo derrubou também o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Aliás, foi o Cameron que prometeu na campanha eleitoral de 2015. No lugar de Cameron, assumiu a segunda mulher premiê do país, Theresa May.



A União Europeia é uma união econômica e política criada após a 2ª Guerra Mundial. O bloco funciona como um mercado único, com livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. Formado por Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, o Reino Unido começou a fazer parte da União Europeia em janeiro de 1973. O Reino Unido, no entanto, não faz parte da zona do euro – formada pelos países que têm o euro como moeda oficial. Dentre os 28 países do bloco europeu, 19 compartilham a moeda única. Os britânicos continuam usando a libra esterlina. A possível saída do UK da União Europeia pode afetar algumas mudanças para ambos os lados. O processo formal de 'divórcio' entre Reino Unido e União Europeia iniciará em março do ano que vem e pode durar até 2 anos devido às negociações.

#10 :: A CRISE POLÍTICA NO BRASIL E A BATALHA DO IMPEACHMENT
Se no Reino Unido foi um ano tenso com o 'Brexit', 2016 foi um ano vertinignoso para o Brasil com a crise política. A começar pelo processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, que começou em dezembro do ano passado e voltou com tudo neste ano. Em 13 de março, houve manifestações contra o governo em mais de 300 municípios de 26 estados e Distrito Federal. Segundo levantamento do portal de notícias G1, a Polícia Militar contou 3,6 milhões de pessoas nas ruas do país, e os organizadores, 6,9 milhões. O maior número de participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado. Após os protestos, a presidente pediu diálogo com o Congresso para conter impeachment. No dia 16, o Supremo Tribunal Federal negou o recurso do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e manteve as regras definidas para o impeachment, abrindo caminho para o início do processo. No mesmo dia, o ex-presidente Lula (que no dia 4 foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre suspeitas investigadas pela 24ª fase da Operação Lava Jato de que ele tenha recebido vantagens indevidas do esquema de desvios da Petrobras - e que ele nega) foi anunciado como ministro-chefe da Casa Civil. Mas o juiz Sergio Moro derrubou o sigilo do processo a que ele responde na Lava Jato e divulga áudio de grampo entre ele e Dilma, no qual a presidente diz que está enviando um 'papel' em 'caso de necessidade'.

Em 17 de março, a Câmara dos Deputados retomou o processo com a instalação da comissão especial do Impeachment com 65 deputados. Em 6 de abril, o relator do processo na comissão especial, Jovair Arantes (PTB-GO), apresentou relatório favorável à abertura do processo contra a presidente. O parecer foi aprovado no dia 11 por 38 votos favoráveis e 27 contrários e encaminhou ao plenário da Câmara. A AGU foi ao Supremo para tentar barrar o impeachment, que negou todos os pedidos e manteve o processo em andamento. Em 15 de abril, teve início a sessão na Câmara para julgar a abertura do processo de impeachment da presidente e durou três dias. O ápice foi no dia 17, quando 367 deputados votaram pela continuidade do processo. Outros 137 votaram contra, além de sete abstenções e dois ausentes. A sessão durou 9 horas e 47 minutos; a votação, seis horas e dois minutos. O voto do 342º 'sim' foi do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), às 23h08 - horário de Brasília.

O processo continuou e foi para o Senado. Em 6 de maio, a comissão especial aprovou, por 15 votos a 5, parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável à abertura do processo de impeachment e encaminhou ao plenário da Casa. Em 12 de maio, depois de uma sessão de mais de 20 horas - que começou no dia 11, o plenário principal do Senado aprovou às 6h34 da manhã, a abertura do processo de impeachment por 55 votos a favor e 22 contra. Com isso, Dilma Rousseff foi afastada da função por até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assume interinamente até a decisão final. Enquanto isso, o procedimento seguiu. Após a requisição de documentos, produção de perícia e depoimentos de 45 testemunhas, a comissão especial decidiu, em 4 de agosto, ao aprovar relatório de Anastasia por 14 votos a 5, que Dilma deveria ser levada a julgamento. O parecer foi encaminhado ao Plenário, que no dia 10, por 59 votos a 21, decidiu que a denúncia contra a presidente é procedente e que deve ser julgada por crimes de responsabilidade.

Presidida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o julgamento final começou em 25 de agosto com o depoimento de testemunhas. No dia 29, a presidente afastada foi ao Senado e reitera que não cometeu crime de responsabilidade e que o processo de impeachment é “golpe” movido por Eduardo Cunha em um ato de “desvio de poder”. No dia seguinte, a acusação e defesa fizeram as últimas manifestações no processo de impeachment e senadores se pronunciam sobre o afastamento. A votação foi no início da tarde de 31 de agosto, que dividiu em duas partes. Na primeira votação, às 13h34, 61 senadores decidiram afastar definitivamente a presidente por crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional. Depois, os senadores apreciaram se Dilma devia ficar inelegível por oito anos a partir de 1º de janeiro de 2019 e impedida de exercer qualquer função pública - até 2027. Na votação, 42 senadores se posicionaram favoravelmente à inabilitação para funções públicas e 36 contrariamente.

Com o resultado, a primeira mulher presidente do Brasil deixou o cargo em definitivo com 69% de reprovação (segundo o Ibope), e encerrou os 13 anos de governo do Partido dos Trabalhadores. Em pronunciamento de despedida, ela repetiu que foi vítima de um golpe, e disse que vai fazer uma oposição enérgica e incansável. Enquanto isso, o vice, Michel Temer, assumiu em definitivo às 16h49, em uma cerimônia rápida. Antes de ser empossado, Temer gravou o primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV no Palácio do Jaburu – residência oficial da Vice-Presidência. Na primeira reunião ministerial, respondeu aos opositores, prometendo não levar “desaforo para casa”. À noite, embarcou para a China para o primeiro compromisso internacional: Cúpula de Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo. Quem assumiu interinamente foi o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Aliás, foram três presidentes em um dia.

Uma das medidas da gestão Temer é colocar o país nos trilhos e voltar a crescer. Pra isso, enviou ao congresso o projeto do teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência. O projeto do teto dos gastos públicos (em que as despesas da União só poderão crescer, nos próximos 20 anos, até o limite da inflação do ano anterior) foi encaminhado ao congresso e foram aprovados em dois turnos, tanto na Câmara, quanto no Senado. Já a reforma da Previdência foi encaminhado ao congresso. O projeto estabelece idade mínima de 65 anos. Homens a partir de 50 anos e mulheres a partir de 45 terão regras de transição. A economia pode chegar a R$ 700 bi em um período de dez anos. A proposta de reforma da Previdência provocou reações na Câmara dos Deputados. As centrais sindicais criticaram o projeto. Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional do dia 6 dizem que, sem a reforma, a situação da Previdência no Brasil vai ficar insustentável. A expectativa do governo é aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre de 2017.

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, teve o processo de cassação de Eduardo Cunha como presidente da Casa e do mandado dele. Considerado o processo mais longo da história da Câmara, foram 314 dias de manobras para tentar salvar o mandato e quanto mais o tempo passava, mais provas surgiam contra o Cunha. Ele é réu em dois processos da Operação Lava Jato, acusado de ter recebido propina do esquema da Petrobras, além de mentir à CPI da Petrobrás ao negar, durante depoimento em março de 2015, ser titular de contas no exterior. Em abril, foi criticado por alguns deputados durante a sessão que autorizou o envio do processo de impeachment ao Senado. Em 5 de maio, em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal o afastou do cargo de deputado federal e da presidência da Câmara. Em 14 de junho, o Conselho de Ética aprovou o parecer que recomendava a perda do mandato de Cunha num placar apertado: 11 a 9. Até supostos aliados votaram contra ele. Apesar de já estar quase sem força política, Cunha não desistiu. Recorreu à Comissão de Constituição e Justiça. Mas perdeu de novo. Em Julho, Cunha renunciou à presidência da Câmara para tentar salvar o mandato. No lugar de Cunha assumiu o deputado Rodrigo Maia. Em 12 de setembro, o plenário da Câmara cassou o mandato do ex-presidente da Casa por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções. Com a decisão do plenário, Eduardo Cunha fica inelegível por oito anos a partir do fim do mandato. Além de perder o chamado "foro privilegiado". Após o anúncio do resultado da votação, Cunha disse ter sido alvo de "vingança política". Um mês depois, em 19 de outubro, Cunha foi preso preventivamente em Brasília, durante a 35ª fase da Lava Jato. Ele é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

E a Operação Lava Jato dominou o noticiário em 2016. Foram 15 novas fases ao longo do ano. Em dois anos e oito meses, a Lava Jato teve 1397 procedimentos instaurados. E segundo dados do Ministério Público Federal, até o dia 7 de novembro foram 118 condenações, contabilizando 1.256 anos, 6 meses e 1 dia de pena. Em 6 de dezembro, a força-tarefa formada por procuradores da Lava Jato, no Paraná, ganhou o Prêmio Innovare (realizada há doze anos pelo Instituto Innovare e apoiada pelo Grupo Globo) na categoria Ministério Público na edição deste ano. A premiação reconhece práticas eficientes que contribuem para a solução de problemas da Justiça no país. Mas a equipe da força-tarefa da Operação Lava Jato ameaçaria renunciar. Isso porque a Câmara modificou o pacote que reúne um conjunto de medidas de combate à corrupção propostas pelo Ministério Público Federal e avalizadas por mais de 2 milhões de assinaturas de cidadãos encaminhadas ao Congresso Nacional. O texto seguiu para o Senado. O assunto causou reação de juízes e promotores. O procurador Deltan Dallagnol disse que, se for aprovada, "a proposta será o começo do fim da Lava Jato". Em 4 de dezembro, houve manifestações contra a corrupção e a favor da Operação. Segundo o levantamento feito pelo portal G1, os atos foram registrados em 82 cidades e haviam mobilizado 75 mil pessoas, segundo a Polícia, e 487 mil, segundo organizadores.



#11 :: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NOS EUA
2016 foi o ano das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Hillary Clinton e Donald Trump foram os candidatos para suceder o atual presidente Barack Obama. Tudo começou no ano passado, na pré-campanha. A campanha ganhou força no início deste ano com as primárias. Em julho, foram definidos os dois principais candidatos nas convenções nacionais. A de Hillary foi em Philadelphia e a de Trump foi em Cleveland. Aliás, na convenção de Trump, houve uma suspeita de fraude no discurso de sua mulher, que alguns trechos foram iguais aos do discurso de Michelle Obama na convenção democrata de 2008, que oficializou Barack Obama como candidato do partido. E o texto não foi escrita por ela, e sim, por uma acessora da campanha do magnata, que dois dias depois, admitiu o erro e pediu desculpas pelo caso. Durante o segundo semestre, os dois fizeram campanha em alguns estados que eram indecisos como Flórida e Pensilvânia. Em três debates, houve tensão e até bate boca. Só no primeiro debate realizado em 27 de setembro, foi o mais visto da história do país com mais de 80 milhões de espectadores. Além de algumas acusações para ambos.




A batalha final foi no dia 8 de novembro. O resultado foi na madrugada do dia seguinte. Até a véspera da decisão, as pesquisas projetaram a vitória da democrata. Mas passava das 2h30 da manhã, horário do leste dos Estados Unidos - EST, quando as projeções apontava a vitória do candidato republicano. Pelo voto popular, ele perdeu para a Hillary com uma diferença de 1,3 milhões de votos. Mas como o formato eleitoral é por delegados de cada estado, Trump venceu por 306 delegados - ultrapassando o limite de 270 necessários para ser o vencedor no Colégio Eleitoral, contra 232 de Hillary, e se tornou o 45º presidente dos Estados Unidos da América. A vitória do magnata de 70 anos de idade repercutiu no mundo e espalhou clima de incerteza. As bolsas de São Paulo e cidades da Europa e da Ásia tiveram queda. No discurso da vitória, Trump prometeu unir o país, num tom bem diferente da campanha, e afirmou que vai ser "presidente para todos os americanos". A cerimônia de posse é no dia 20 de janeiro do próximo ano.

#12 :: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM PORTUGAL
Em Portugal, teve eleições presidenciais. Em 24 de janeiro, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito com 52% dos votos, contra 22% do candidato Sampaio da Nóvoa. Foi o candidato mais votado em todos os distritos. No discurso de vitória, Marcelo garantiu que vai ser um presidente livre e isento e defendeu um governo com sucesso e uma oposição ativa. Com 67 anos, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem grande popularidade além da esfera política graças a sua carreira de comentarista na emissora de televisão TVI, realizou uma campanha personalista, sem cartazes, ou panfletos, privilegiando o contato direto com os eleitores. No total, disputaram 10 candidatos, um número recorde para eleições presidenciais em Portugal. A abstenção recuou ligeiramente, chegando a 52,1%, um pouco abaixo do recorde de 53,48% registrado na última eleição à presidência, em 2011. Quase 9,7 milhões de portugueses eram esperados nas urnas.

#13 :: ESPANHA: FIM DO GOVERNO 'EN FUNCIONES'
Na Espanha, o conservador Mariano Rajoy se manteve no cargo depois de dez meses do período 'en funciones'. Tudo começou em dezembro do ano passado, quando o partido dele, o 'PP', venceu às eleições, mas não conseguiu a maioria absoluta. Em 13 de janeiro, o parlamento espanhol se reuniu pela primeira vez desde uma eleição inconclusiva, com divergências entre os partidos políticos sobre a formação de um governo. Sem consenso, o rei da Espanha, Felipe VI, iniciou em 18 de janeiro uma rodada de consultas com os partidos políticos para explorar as possibilidades de formar um governo e superar o bloqueio resultante das eleições legislativas. Em 22 de janeiro, Rajoy recusou o convite do rei da Espanha para o novo governo. Em 2 de fevereiro, Felipe VI indicou o líder socialista Pedro Sánchez para formar governo, mas no mês seguinte, o congresso rejeitou o Sánchez como primeiro-ministro. Como não têm ninguém pra governar o país, houve novas eleições que ocorreram em 26 de junho. O partido de Rajoy venceu de novo, mas não conseguiu, outra vez, obter a maioria absoluta. Houve muitas negociações em julho e agosto. Enquanto isso, uma pesquisa publicada na edição impressa do jornal El País em 10 de setembro diz que 71% dos eleitores rejeitam uma possível realização de mais uma eleição no país. Para evitar o problema, o PSOE optou por abstenção na próxima votação de investidura. Em 23 de outubro, o parlamento espanhol aprovou o projeto de Rajoy por 170 votos a favor, 111 contra e 68 abstenções. Depois de 315 dias, Mariano Rajoy finalmente conseguiu o segundo mandato de primeiro-ministro, que terá dificuldades para governar com apenas 137 de 350 deputados. Os 10 meses de bloqueio obrigaram o governo de Rajoy a elaborar um orçamento prorrogado e também começam a ameaçar a recuperação econômica de um país com quase 20% de desemprego.

#14 :: ELEIÇÕES MUNICIPAIS
No Brasil, 144 milhões de eleitores foram as urnas para escolher prefeitos e vereadores em 5568 municípios de 26 estados. Tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno, foi um 'tipo' perde e ganha. Em 2 de outubro, cinco candidatos à reeleição foram derrotados no primeiro turno nas capitais. Em Salvador, João Pessoa e Natal, a eleição foi definida. Na capital baiana, o democrata ACM Neto foi reeleito com 74% dos votos. Na capital paraibana, Luciano Cartaxo venceu com 60% dos votos. E na capital potiguar, Carlos Eduardo conquistou mais quatro anos de mandato. Em Boa Vista, a candidata a reeleição Teresa Surita venceu com folga com 79% e conquistou o mandato pela quinta vez. Duas surpresas marcaram o primeiro turno das eleições municipais. Em Palmas, um colombiano radicado no Brasil se reelegeu. Carlos Enrique Franco Amastha, do PSB, teve 52,38% dos votos válidos, contra 31,43% de Raul Filho (PR), o segundo colocado. E em São Paulo, teve eleição definida depois de 28 anos de confrontos do segundo turno. O apresentador de televisão João Dória, do PSDB, derrotou o atual prefeito, Fernando Haddad, do PT, e comandará a maior cidade do país a partir do próximo ano. Enquanto isso, 57 cidades com mais de 200 mil eleitores teve segundo turno que foi realizada em 30 de outubro. No Rio de Janeiro, teve a disputa entre 'Marcelos' e quem ganhou foi o Crivella, do PRB. Em Belo Horizonte, o ex-presidente do Atlético Mineiro foi eleito com 53% dos votos. Em Florianópolis, Gean Loureiro, do PMDB, venceu a progressista Ângela Amim numa disputa acirrada. E no Recife, o atual gestor Geraldo Julio, do PSB, derrotou o ex-prefeito João Paulo, do PT, e conseguiu mais quatro anos de mandato. Aliás, o PT ganhou em apenas uma capital, em Rio Branco. O partido que teve prefeitos eleitos foi o PMDB, com 1038 municípios. O PSDB teve alta de 15% e vai governar por 803 cidades. Já o Partido dos Trabalhadores teve uma queda de 61% e vai governar por 254 cidades. A posse dos prefeitos e vereadores ocorrerá no primeiro dia de 2017.

#15 :: #ECONOMIA
No noticiário econômico, 2016 não foi um bom ano para o Brasil. No início deste ano, os governos estaduais de 20 estados e Distrito Federal subiram o ICMS - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços. O tributo, estadual, é um dos que mais pesam e incide sobre produtos e serviços considerados essenciais, como telefonia e telecomunicações, e também os supérfluos, como cosméticos, bebidas alcoólicas e cigarro. Outra cobrança que ficou mais cara foi o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, o IPVA. Ele subiu em 12 estados, além de Brasília. Já o imposto sobre herança e doações – conhecido em vários estados como ITCMD – aumentou em 10 estados e no Distrito Federal. Enquanto isso, o governo federal, na gestão Dilma, conseguiu elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de bebidas e eletrônicos e acabar com a isenção do Imposto de Renda em remessas ao exterior de até R$ 20 mil este ano. Em fevereiro, o governo anunciou o aumento de impostos sobre chocolates, sorvetes, rações, fumo picado e cigarros. Cigarros, tudo bem. Mas chocolates e sorvetes...

E mais, o governo tentaria recriar a CPMF para ajudar a cobrir o rombo da Previdência Social. A proposta seria enviada ao Congresso Nacional para votação, mas não aconteceu. Com o impeachment de Dilma Rousseff, ela deixa o cargo com PIB negativo em 2015, inflação e desemprego com dois dígitos, queda na produção industrial e dólar americano (US$) a R$ 4. Temer assumiu e no dia 24 de maio a equipe econômica anuciou novas medidas para a retomada do crescimento, como o teto dos gastos públicos e bloqueio de novos subsídios.

Com a gestão Temer, o mercado financeiro estimou menos inflação para este ano e um "encolhimento" maior do Produto Interno Bruto em 2016, próximo de 3,5%, além de uma expansão mais fraca da economia no ano que vem. E a taxa de juros Selic do Comitê de Política Monetária, que depois de dez estáveis seguidas, finalmente reduziu de 14,25% para 14% ao ano, considerada a primeira redução em quatro anos. Foi em 19 de outubro. No final de novembro, reduziu mais uma vez, com 13,75% ao ano. E em 15 de dezembro, a equipe econômica comandada pelo ministro Henrique Meirelles anunciou um pacote de medidas para estimular a economia. Entre os objetivos, estão melhorar a situação financeira das empresas e reduzir os juros para o consumidor.

O Brasil ainda está em grau de especulação em três agencias de risco. Uma delas é a Moody's que em fevereiro rebaixou duas notas, saiu do grau de investimento (Baa3) para o grau de especulação (Ba2). No mesmo mês, a Standard and Poor's voltou a rebaixar a nota do Brasil, de BB+ para BB. Já a Fitch, que em maio reduziu o rating soberano de "BB+" para "BB", manteve a nota reafirmando a perspectiva negativa, o que indica que novos rebaixamentos não estão descartados e podem ser feitos. E o dólar americano (US$)?! Iniciou o ano com R$ 4,00 nos últimos meses, com os acontecimentos políticos, a moeda norte-americana caiu até 19,1% frente ao real. Mas vai encerrar o ano com aproximadamente entre R$ 3,40 e R$ 3,50. Até o dia 16 de dezembro, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,39, com a queda anual de 14,12%. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a projeção da inflação para este ano seria de 6,72%, acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%. Para o próximo ano, a previsão do mercado financeiro para a inflação é de 4,93%, índece abaixo do teto de 6% para o IPCA, porém ainda acima da meta central de inflação, que é de 4,5%. O PIB do ano que vem terá um crescimento menor: 0,98%. E a taxa de juros será de 10,75% ao ano - o que pressupõe continuidade do processo de corte dos juros no ano que vem. E torcemos para que, mesmo com as dificuldades, a economia brasileira volte a crescer no ano vindouro.

#16 :: CRISE MIGRATÓRIA NO MEDITERRÂNEO E 5 ANOS DE CONFLITO NA SÍRIA
No Oriente Médio, a guerra civil na Síria completou 5 anos. De acordo com um balanço divulgado pela ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos em 13 de setembro, a guerra deixou mais de 300 mil mortos desde o início em março de 2011. Segundo o professor Manoel Affonso, integrante do Projeto Educação da TV Globo Nordeste, a Síria é marcada por conflitos e disputas ao longo da história. Em setembro, houve um cessar-fogo entre Estados Unidos e Russia que durou apenas nove dias. Enquanto isso, o Estado Islâmico começou a perder força. De acordo com uma análise da consultoria IHS Jane's em 10 de julho, o grupo extremista perdeu 12% do território que controla na Síria e Iraque. Apesar disso, em 12 de dezembro, os terroristas do EI reconquistaram a histórica cidade de Palmira, oito meses depois de terem sido expulsos do histórico enclave sírio, famoso por suas ruínas greco-romanas. A guerra civil da Síria deixou uma imagem marcante. Em 18 de agosto, um menino de 5 anos foi resgatado com vida sob os escombros de um edifício alvo de um bombardeio aéreo em Aleppo, no norte do país. A imagem que mostra Omran Daqneesh, de shorts, sujo de sangue e completamente coberto de poeira foi muito compartilhado e causou comoção nas redes sociais. Se no ano passado a cena do garoto encontrado morto numa praia virou símbolo da crise humanitária, a cena do garoto ferido virou um novo símbolo da guerra na Síria.


Enquanto isso, o número de imigrantes mortos no Mar Mediterrâneo bateu recorde. Segundo a ONU, de janeiro até outubro, pelo menos 3.740 imigrantes morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo, um número que supera as 3.175 vítimas do mesmo período de 2015 e transformará 2016 no ano com mais mortes na travessia rumo à Europa. Se consideradas apenas as mortes ocorridas na rota entre Líbia e Itália, a taxa sobe para uma vítima a cada 47 pessoas que chegam ao fim do percurso. O uso desse caminho é exatamente uma das principais causas do aumento dos incidentes fatais, já que ele é mais longo e perigoso do que o trecho entre Turquia e Grécia, mais usado em 2015.

#17 :: TERROR EM BRUXELAS, ORLANDO E NICE
Teve casos de ataques terroristas em 2016. Na manhã de 22 de março, houve ataques no Aeroporto Internacional de Zaventem e na estação de metrô Maelbeek em Bruxelas. Segundo a imprensa local, foram 34 mortos e mais de 200 feridos. As explosões levaram o país a entrar em alerta máximo para atentados terroristas. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques. Em 8 de novmebro, os investigadores franceses identificaram um extremista belga-marroquino, como suspeito de ter coordenado a partir da Síria os atentados de Paris e Bruxelas, informaram fontes próximas à investigação de acordo com a agência France Presse. Oussama Atar, de 32 anos e supostamente membro do grupo Estado Islâmico, já estava vinculado aos ataques de Bruxelas de março, mas agora foi relacionado aos atentados de Paris de 13 de novembro de 2015. Em 12 de junho, um atirador abriu fogo dentro de uma boate voltada ao público LGBT em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos. A polícia diz que houve cerca de 50 mortos no interior da casa chamada Pulse, e pelo menos outras 53 pessoas ficaram feridas. O número de mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos, segundo a Reuters. Este é o pior massacre terrorista em solo americano, depois do 11 de setembro. O agressor morreu durante troca de tiros com a polícia.  O caso é investigado pelo FBI como um possível ataque terrorista doméstico, considerando que o suspeito poderia ter "inclinação" pelo terrorismo islâmico, segundo os agentes federais. No dia seguinte, o grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do massacre, mas o governo americano não acreditou nessa responsabilidade. E em 14 de julho, houve um atentado numa cidade do Sul da França em pleno feriado nacional. Em Nice, um caminhão atropelou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao Dia da Bastilha. O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, disse que o veículo percorreu 2 km entre a multidão. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que 84 pessoas morreram e 18 estão em estado de "emergência absoluta", considerado muito grave. O presidente francês, François Hollande, disse que o atentado tem "caráter terrorista". O estado de emergência no país foi prorrogado.

#18 :: FARÓIS ACESOS DE DIA NAS ESTRADAS DO BRASIL
Um caso que virou - ou está virando - novela nas estradas do Brasil. Em 8 de julho, uma lei federal determinou que o farol seja usado em todas as rodovias, mesmo durante o dia. O descumprimento é considerado infração média, com 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 85,13. Em novembro, o valor subiu para R$ 130,16. No primeiro mês de validade da regra, entre 8 de julho e 8 de agosto, a Polícia Rodoviária Federal registrou 124.180 infrações nas rodovias federais. Nas estradas estaduais de São Paulo, outras 17.165 multas foram aplicadas. No Distrito Federal, as multas superaram em 35% o número de autuações por estacionamento irregular. Em 2 de setembro, a Justiça suspendeu a cobrança sob o argumento de que, muitas vezes, os motoristas confundiam as rodovias com ruas e avenidas que compõem a malha urbana. A decisão não anulou as multas que já tinham sido aplicadas. Um mês depois, em 20 de outubro, a Justiça liberou a aplicação das multas e a exigência de faróis ligados em rodovias volta a valer. O Tribunal Regional Federal decidiu que a punição pode ser aplicada desde que a estrada esteja bem sinalizada, mesmo nos trechos urbanos ou rurais. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, a lei vale para rodovias federais, estaduais e distritais. Em Brasília, capital cortada por muitas rodovias, que são as principais pistas da cidade, a sinalização está praticamente completa. No eixão que corta a cidade de norte a sul tem placa e com o lembrete de ligar os faróis.

#19 :: MUDANÇAS (ESTRANHAS) NOS AEROPORTOS DO BRASIL
Mudanças nas estradas e nos aeroportos. Em 18 de julho, entraram em vigor as normas novas de segurança mais rigorosas para os voos domésticos nos aeroportos do Brasil. Considerando que a inspeção mais intensa vai aumentar o tempo para chegar às salas de embarque, as companhias aéreas orientam que os passageiros passem a se apresentar para o check in com uma antecedência de pelo menos 1h30 antes do horário de partida do voo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, essa medida, que iniciou dias antes dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, não tem ligação com os jogos ou com outro fator externo. A agência reguladora informou, ainda, que no exterior são adotadas medidas semelhantes de segurança. A mudança, que vale para voos nacionais e internacionais em todos os aeroportos brasileiros, não tem prazo para acabar. O notebook, por exemplo, tem que ser retirado da bagagem de mão para não atrapalhar a visualização dos outros objetos. A revista física vai ser intensificada. Se o passageiro quiser, em local reservado e na presença de uma testemunha. Depois de passar pelo raio-x, a bagagem poderá ser aberta para nova inspeção. Nos primeiros dias de fiscalização, houve muitas filas nos aeroportos de São Paulo e do Rio. E não parou por aí, em 13 de dezembro, a ANAC aprovou novas normas relativas a direitos e deveres dos consumidores de serviços aéreos. Entre as mudanças aprovadas pela diretoria da agência está a permissão para que as empresas passem a cobrar pelas bagagens despachadas. As novas regras começam a valer em 90 dias, a partir de 14 de março do próximo ano. Com isso, a exemplo do que ocorre em outros países, as companhias aéreas poderão criar políticas próprias para despachar bagagens. Atualmente, as empresas são obrigadas a oferecer gratuitamente uma franquia de 23 quilos para passageiros domésticos e de duas malas de 32 quilos para voos internacionais. A partir de agora, as aéreas poderão estipular franquias menores de bagagem e, em contrapartida, oferecer passagens mais baratas aos consumidores. Na prática, a mudança nas regras de bagagem deve impactar principalmente as passagens aéreas promocionais, mais baratas – como já acontece atualmente, por exemplo, nas companhias low-cost (baixo custo) americanas e europeias. A tendência é que as passagens mais caras deem a bagagem despachada como cortesia. Será?! A cuidemos...

#20 :: PRÊMIOS NOBEL
E pra terminar a primeira parte da série especial, destacamos os prêmios Nobel. Em 3 de outubro, o Nobel de Medicina e Fisiologia foi para o cientista japonês Yoshinori Ohsumi, por suas descobertas importantes sobre os mecanismos de autofagia, processo pelo qual as células "digerem" partes de si mesmas. Os achados de Ohsumi abriram as portas para a compreensão do papel da autofagia em doenças neurodegenerativas, câncer, diabetes tipo 2, entre outras. Em 4 de outubro, o trio de cientistas britânicos David J. Thouless, F. Duncan M. Haldane e J. Michael Kosterlitz levaram o Nobel de Física "pelas descobertas teóricas das transições de fase topológica e fases topológicas da matéria". As pesquisas, que revelaram características da chamada "matéria exótica", podem ter aplicações futuras na eletrônica. Em 5 de outubro, o Nobel de Química foi para os cientistas Jean-Pierre Sauvage, Sir J. Fraser Stoddart e Bernard L. Feringa pelo desenvolvimento de máquinas moleculares. Os cientistas desenvolveram moléculas com movimentos controlados que podem realizar tarefas com a adição de energia, uma grande evolução no campo da nanotecnologia. E em 10 de outubro, Oliver Hart e Bengt Holmström venceram o Nobel de Economia por suas contribuições para a teoria dos contratos, que têm múltiplas aplicações em diversos contextos da vida real. O trabalho de Hart tem ajudado a entender quais companhias devem se fundir, além do equilíbrio correto de financiamentos e quando instituições como escolas devem ser privadas ou públicas. Já o de Holmström ajuda a formular contratos para executivos, informou a Academia em comunicado. Hart é britânico e professor de economia da Universidade de Harvard e Holmström é finlandês e professor de economia e administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos.

Em 7 de outubro, foi anunciado o Prêmio Nobel da Paz. E o vencedor foi para o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos pelo esforço de pacificação do país, que vive uma guerra civil que já dura mais de 50 anos. Muito emocionado, Santos foi entrevistado, por telefone, por um integrante do comitê do Nobel logo depois do anúncio. No Twitter, Santos voltou a dedicar o prêmio para as vítimas. O presidente colombiano foi um dos líderes da negociação que chegou ao acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) realizado em 26 de setembro em Cartagena. O acordo de 297 páginas, que foi elaborado durante 4 anos em Havana, aconteceu após três tentativas fracassadas durante os governos de Belisario Betancur, César Gaviria e de Andrés Pastrana. A vitória do “Não” no plebiscito, realizado no dia 2 de outubro, tinha sido considerada um duro golpe ao governo de Santos e teria colocado em dúvida o sucesso do processo para superar o conflito. O resultado apertado das urnas – 50,21% para o "Não" e 49,78% para o "Sim" – evidencia um país dividido sobre como alcançar a paz que todos dizem almejar. Grupos contrários ao acordo, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, acusam o governo de ceder demasiadamente à pressão das Farc e de deixar abertura para que os guerrilheiros não sejam punidos. Apesar da rejeição, o cessar-fogo continua.

Mas a grande surpresa foi no dia 13 de outubro. O Nobel de Literatura ficou para o Bob Dylan. Pela primeira vez, um músico ganha uma categoria que era dedicada aos escritores. A opção por um músico – e não por um escritor de ofício – soa incomum, mas o nome do Dylan vinha sendo cotado havia muitos anos. Também poeta e com diversos livros lançados, o artista é aclamado sobretudo pelo lirismo de suas letras. Reconhecendo que o Nobel de literatura de 2016 pode parecer surpreendente, a secretária-geral da Academia Sueca, Sara Danius, declarou que Dylan foi escolhido "por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana". A nota biográfica do prêmio afirma que "Dylan gravou um grande número de álbuns que giram em torno de temas como a condição humana, religião, política e amor". Dentre os clássicos compostos por ele, estão "Blowin' in the wind", "Subterranean homesick blues", "Mr. tambourine man" e "Like a rolling stone". Tanto na música como na literatura, Bob Dylan foi fortemente influenciado pela geração beatnik e pelos poetas modernos americanos. Ao ganhar no Nobel, ele superou grandes autores que eram tidos como favoritos da vez, como o queniano Ngũgĩ wa Thiong'o, o japonês Haruki Murakami e o poeta sírio Adonis. Dylan é o primeiro americano a vencer o Nobel de literatura desde Toni Morrison, em 1993. O músico demorou a se pronunciar sobre o prêmio e a Academia chegou a divulgar que havia desistido de entrar em contato com o artista, após várias tentativas. Em 16 de novembro, a Academia Sueca anunciou que ele não compareceria à Cerimônia de Premiação - realizada em 10 de dezembro, por contra de outros compromissos. No lugar dele, a amiga Patti Smith cantou uma das músicas mais marcantes de Dylan: A Hard Rains Gonna Fall. Ela se emocionou durante a apresentação, e disse que escolheu a canção pela forma com que Dylan usa a poesia para tratar do sofrimento e da vontade de viver.
Fonte: G1

E com a canção 'A Hard Rains Gonna Fall', no vídeo abaixo, que encerro os fatos que marcaram 2016 no noticiário nacional, internacional e econômico.


No próximo post, os destaques do esporte - incluindo os Jogos Olímpicos no Rio.

*Com informações e apoio de: G1, G1 PB, G1 RS, G1 SC, G1 PE, G1 BA, G1 RN, G1 RR, G1 MG, G1 SP, G1 RJ, G1 PR, G1 TO, G1 DF, Agencia France Presse, Reuters, EFE, Associated Press, O Globo, Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, Correio da Paraíba, Los Angeles Times, BBC, RAINews24, BBC, RTP.PT, RTVE.es, El País,

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