quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Outros jornais dos Associados já fecharam e seguiram o exemplo de 'News of the World'



Não foi a primeira vez que o Diários Associados fechou o Diário de Natal, em 1º de fevereiro, tiraram de circulação os jornais O Norte, de João Pessoa e o Diário da Borborema, de Campina Grande, deixando os leitores e os funcionários de surpresa e decepcionados.

Pra quem não sabe, o jornal O Norte foi fundado pelos irmãos Oscar e Orris Eugênio Soares em João Pessoa, no dia 7 de maio de 1908. Na época, a capital paraibana se chamava Parahyba.

Com linha editorial agressiva e ousada, o periódico foi perseguido politicamente e fechado por três vezes, em tentativas de calar a voz da comunicação democrática. Dos três episódios se recuperou e reabriu as portas ainda mais forte e respeitado pela sociedade paraibana e nordestina.

O jornal noticiou com extrema competência momentos importantes da história do Estado como a eleição do paraibano Epitácio Pessoa à presidência da República, entre 1915 e 1919. Até a década de 1950 o Jornal passou pelas mãos de empresários e jornalistas influentes e que conseguiram manter a liderança absoluta do periódico entre a sociedade local.

Em 1954, o magnata da comunicação e paraibano Assis Chateaubriand compra o jornal O Norte e que passa a integrar os Diários Associados. A partir dessa data o jornal nunca mais fechou suas portas.
Em 1973 ocorreu nova mudança significativa para a evolução do jornal: a inauguração do seu parque gráfico, considerado então o mais moderno do Nordeste.

Já o Diário da Borborema teve sua primeira edição publicada em 2 de outubro de 1957 e contou com seis cadernos e 56 páginas. A tiragem foi impressa 15 minutos depois da inauguração, imediatamente após o corte da fita inaugural promovido pelas autoridades locais da época, como o prefeito Elpídio de Almeida e do Bispo Dom Otávio Aguiar, em sua antiga sede localizada na Rua Venâncio Neiva, no Centro da cidade. Uma curiosidade, é que o jornal foi inaugurado debaixo de um belo pôr do sol.

O periódico era um dos maiores patrimônios de Campina. Com transparência e ética, mantém nos seus quadros profissionais respeitados, que procuram retratar a cidade e o seu povo, sendo considerado o jornal verdadeiramente campinense.

De lá pra cá, foram tantas mudanças até que em 10 de maio de 2009, os jornais O Norte e Diário da Borborema, ganharam um novo visual, nova logomarca e o novo formato, de standart para o berlinder. O formato que segue uma tendência mundial em tamanho e conteúdo editorial, a exemplo de jornais como The Guardian, de Londres e Zero Hora, de Porto Alegre. E eu tenho quase todas as edições dos jornais no meu acervo entre 2009 até este ano, inclusive, uma edição especial do jornal O Norte, dos 424 anos de João Pessoa, em 2009.

Em abril de 2010, os jornais tiveram como as versões digitais, como chamadas de 'Flip 3D', quando folheia o jornal através de um clique, restritas para os assinantes, permanecendo a versão impressa do jornal em um formato de texto. Foi aí que, pra mim, começaram as crises dos dois periódicos paraibanos. Em 27 de junho de 2011, os jornais pararam de circular as segundas-feiras. Em 15 de julho de 2011, a versão de texto do jornais O Norte e Diário da Borborema na internet foram restrita aos assinantes dos jornais.

No dia 1º de fevereiro deste ano, um comunicado da direção do grupo Diários Associados, em Brasília, tiraram as circulações dos jornais O Norte e Diário da Borborema, deixando os funcionários e os leitores, inclusive eu que eu gostava do jornal e leitor assíduo, de surpresa. Assim como fez o Diário de Natal, ontem, terça-feira.

Segundo o jornal potiguar Tribuna do Norte (e eu até saiba disso também), todas as operações administrativas, financeiras e industriais do Diário de Natal, do Diário da Borborema e do jornal O Norte era centralizada em Recife, junto ao Diário de Pernambuco, o maior jornal de circulação da América Latina, e desde a uma primeira reforma mudou o formato da edição impressa, de standart para tablóide, e substituiu 80% da equipe da redação.

As razões da decisão, segundo fontes ligadas à atual administração dos periódicos, foram econômicas, em função dos resultados financeiros negativos registrados nos últimos anos. As obrigações trabalhistas com os funcionários desligados, garantiu uma dessas fontes, estão sendo honradas, assim como os compromissos com fornecedores.

O acervo dos jornais, arquivos de textos, edições e fotografias, será mantido nas sedes dos periódicos. A mudança administrativa e a decisão de manter apenas a edição digital ocorre quando um projeto de digitalização de todo o acervo estava em andamento. Na medida do possível, segundo a direção dos Associados, esse projeto será mantido e aberto às consultas e uso de instituições de ensino e pesquisas.

E não param por aí não. Dois anos antes, o grupo Diários Associados fechou também o Monitor Campista, jornal de circulação de Campos, na região Norte do Rio de Janeiro. Era um dos jornais mais antigos do Brasil, com fundação em 4 de janeiro de 1834 e teve sua última edição em 15 de novembro de 2009, ano em que o jornal completava 175 anos. Veja mais no vídeo do repórter Ronan Tardin, que era da Inter TV, afiliada da Globo no estado do Rio de Janeiro, hoje na Globo Nordeste, no Recife.


Será que o fechamento de O Norte, Diário da Borborema, e o Diário de Natal, foram por causa do efeito do fechamento do 'News of the World', de Londres, em julho do ano passado?!

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